Via de mão dupla
13/12/2007
Agência FAPESP – A Via Láctea não tem um único halo, mas dois. A descoberta, feita por um grupo internacional de cientistas, foi publicada na edição desta quinta-feira (13/12) da revista Nature.
O novo estudo indica claramente que o conhecido halo está dividido em dois componentes estruturais que se sobrepõem, um na parte mais interna e o outro na externa da galáxia.
As galáxias espirais, como a que contém a Terra, são compostas por núcleo, disco e halo. Esse último é a região esférica que contorna a galáxia, tem menor densidade do que o disco e é formado basicamente por poeira. O halo fornece a oportunidade de vislumbrar os primeiros objetos formados no Universo, informação usada pelos astrônomos para melhorar os modelos de formação e evolução das galáxias.
No artigo agora publicado, Timothy Beers, da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, e colegas analisaram dados de mais de 20 mil estrelas colhidos pelo Sloan Digital Sky Survey, ambicioso projeto que pretende cobrir mais de um quarto do céu para a produção de mapas tridimensionais de cerca de 1 milhão de galáxias e quasares.
O resultado indica que o halo interno se formou provavelmente por meio de sucessivas fusões de galáxias menores mas massivas, enquanto o externo teria se originado a partir de estruturas menores que foram dilaceradas pela força gravitacional da Via Láctea.
Os dois teriam se formado em momentos distintos, com o externo em primeiro lugar. Os halos se movimentam em direções contrárias: o interno movendo-se em sentido horário, a cerca de 80 mil quilômetros por hora e junto com a rotação da galáxia; o externo no sentido anti-horário e com o dobro da velocidade. O halo interno tem ainda maiores quantidades de elementos mais pesados do que o hélio.
“Ao examinar os movimentos e a assinatura química das estrelas, pudemos ver que os halos interno e externo são muito diferentes e foram provavelmente originados de modos diversos em tempos distintos”, disse Daniela Carollo, do Observatório de Turim, na Itália, e da Universidade Nacional da Austrália, outra autora do estudo.
“A descoberta dos dois halos fornece um retrato muito mais claro da formação dos primeiros objetos na Galáxia e em todo o Universo”, disse Beers. A idade estimada da Via Láctea é de 13,6 bilhões de anos, o que é quase o tempo do próprio Universo – que se estima ser de 13,7 bilhões.
O artigo Two stellar components in the halo of the Milky Way, de Daniela Carollo e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
13/12/2007
Agência FAPESP – A Via Láctea não tem um único halo, mas dois. A descoberta, feita por um grupo internacional de cientistas, foi publicada na edição desta quinta-feira (13/12) da revista Nature.
O novo estudo indica claramente que o conhecido halo está dividido em dois componentes estruturais que se sobrepõem, um na parte mais interna e o outro na externa da galáxia.
As galáxias espirais, como a que contém a Terra, são compostas por núcleo, disco e halo. Esse último é a região esférica que contorna a galáxia, tem menor densidade do que o disco e é formado basicamente por poeira. O halo fornece a oportunidade de vislumbrar os primeiros objetos formados no Universo, informação usada pelos astrônomos para melhorar os modelos de formação e evolução das galáxias.
No artigo agora publicado, Timothy Beers, da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, e colegas analisaram dados de mais de 20 mil estrelas colhidos pelo Sloan Digital Sky Survey, ambicioso projeto que pretende cobrir mais de um quarto do céu para a produção de mapas tridimensionais de cerca de 1 milhão de galáxias e quasares.
O resultado indica que o halo interno se formou provavelmente por meio de sucessivas fusões de galáxias menores mas massivas, enquanto o externo teria se originado a partir de estruturas menores que foram dilaceradas pela força gravitacional da Via Láctea.
Os dois teriam se formado em momentos distintos, com o externo em primeiro lugar. Os halos se movimentam em direções contrárias: o interno movendo-se em sentido horário, a cerca de 80 mil quilômetros por hora e junto com a rotação da galáxia; o externo no sentido anti-horário e com o dobro da velocidade. O halo interno tem ainda maiores quantidades de elementos mais pesados do que o hélio.
“Ao examinar os movimentos e a assinatura química das estrelas, pudemos ver que os halos interno e externo são muito diferentes e foram provavelmente originados de modos diversos em tempos distintos”, disse Daniela Carollo, do Observatório de Turim, na Itália, e da Universidade Nacional da Austrália, outra autora do estudo.
“A descoberta dos dois halos fornece um retrato muito mais claro da formação dos primeiros objetos na Galáxia e em todo o Universo”, disse Beers. A idade estimada da Via Láctea é de 13,6 bilhões de anos, o que é quase o tempo do próprio Universo – que se estima ser de 13,7 bilhões.
O artigo Two stellar components in the halo of the Milky Way, de Daniela Carollo e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
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