Saturday, August 24, 2019

Derivações

Apresentação.

Não há aqui  uma questão então não há, sequer, a necessidade de ler (mas) é um exercício especulativo, uma tentativa de clarificação, tentativa de cristalização de um modo de pensar que pode estar certo (?), errado (?) ou ser apenas uma perda de tempo sua e minha. Se for uma perda de tempo, diga e vou testar outros estratégias.
Introdução.

Professor Ghiraldelli, não nego ou duvido de suas explicações sobre as Teorias de Conspiração, sobre sua gênese, psicologia etc. (aceito como verdade absoluta), é que tenho uma tendência de tentar chegar a um meio termo entre as visões azul e/ou amarela e refletir mais em termos de verde claro e suas gamas até o verde escuro e se possível trazer, também, o magenta para a conversa.
Neste caso, acho que estou tentando "defentender", os que tem esta tendência ao pensamento conspiratório, encontrando uma explicação logicista sútil para o erro que não seja "apenas" a DCP. aquilo que, uma professora uma vez nos explicou, seria a diferença entre a ignorância (mesmo que programada) e a burrice.

Exposição.

O artigo do link abaixo (do NYT) possibilitou-me uma certa reflexão.

A atuação dos irmãos Koch são o que os teoristas de conspirações tem como exemplo mais contundente para apoiar suas reivindicações conspiratórias e os irmãos se tornaram exemplos de atuação política também para outros grupos de interesse econômico envolvidos com o lobismo mundo afora. Suas influências na negação das teorias sobre aquecimento global (como sendo teorias conspiratórias, para muitos idiotas que negam os conhecimentos científicos) são poderosas e estão determinando o destino futuro da humanidade.
Neste caso, parece estar caracterizada a conspiração, pura e simples, pois os conspiradores são determinados (e suas táticas são de conhecimento geral) e não "forças ocultas" (embora possam parecer "ocultas" para os desinformados).

O que entendi de suas explicações sobre o assunto me levou à questão de que uma teoria é conspiratória apenas enquanto não são encontradas informações comprobatórias que as suportem.
O uso do artifício da Navalha de Occam é útil e determinante para se chegar o mais próximo possível da "verdade dos fatos" mas, por mais esdrúxula que seja a teoria da conspiração, uma "simples" ligação factual pode validar uma conspiração antes considerada apenas teórica.

Derivações.

O meu interesse, enquanto artista pensando meu Zeitgeist "filosoficamente", está na relação entre alguns conceitos:
True - Verdade Absoluta, verdade factual, objetiva (desideologizada?)
Fake - Falsidade, não como Mentira (absoluta), mas como má interpretação da informação que se contrapõe, ou sobrepõe, à ideia de que, como a Ideologia, é dependente da Verdade,
História - Como verdade factual (desde Heródoto) ou como Poética ou Literatura (desde Homero ou a autora original da Bíblia ou o autor do Gilgamesh) contrapondo aos "Fatos" as "Metáforas" das Notícias (News ou Fakenews).
A Bíblia, A Odisseia ou o Gilgamesh, nos aconselham, não deveriam ser lidos como relatos verdadeiros mas como narrativas mitológicas condensadas na forma escrita, cheias de metáforas e/ou fantasias mas, de tempos em tempos, alguns destes relatos demonstram ter um fundo de verdade (sei que preciso me aprofundar em Arqueologia, a ciência ou como em Foucault) como quando encontraram Troia.
As Fakenews nos trazem de volta a um "modelo de narrativa" que se assemelha (de algum modo) às ditas narrativas mitológicas (ou Poéticas/Literárias) da pré-história, pré-Heródoto.
Essas reflexões me fizeram pensar na possibilidade estranha e ainda não bem desenvolvida de que se substituirmos a leitura da História como "verdades factuais" pela leitura da História como poética e literatura, como coleção de metáforas que necessitam de um exercício constante de interpretação, isto romperia também com a noção de História com sentido temporal, evolutivo, sequencial e abriria a possibilidade de uma a-historiedade, voltando a uma "temporalidade bíblica", "circular" e "repetitiva" em que o tempo não tem mais um sentido mas varia conforme todas as possibilidades de narrativas e todas teriam um sentido de Fábula Metafóricas, com verdades morais e não factuais.
A aceitação das Fakenews e o fim, literal, do conceito de Historia e de Tempo poderia romper com a ideia de evolução, de Trabalho, de Capital etc, e tal.

Sobre o artigo que me levou a este texto:

https://www.nytimes.com/2019/08/23/opinion/sunday/david-koch-climate-change.html?nl=todaysheadlines&emc=edit_th_190824?campaign_id=2&instance_id=11597&segment_id=16450&user_id=3e54bee7ae658ac85f9e29bfe78c977a&regi_id=379165520824
Me desculpe pelo incômodo da viagem na "Maionaise" mas parece que o pensar solitudinário leva a muita besteira Olaviana e o senhor me parece honesto o bastante para me aconselhar a mudar ou desistir.
Obrigado e me desculpe pela possível/provável perda de seu tempo.

Osni Winkelmann

Thursday, August 22, 2019

A cobiça do Capital, torturando, mutilando e deformando.

Tiny Pig Rescued by Whitney Cummings Has the Biggest Heart | The Dodo




A comediante norte americana Whitney Cummings passou pela experiência de salvar um porquinho que foi torturado, subnutrido, mutilado e deformado para permanecer pequeno e aumentar o lucro dos seus exploradores.
Não é novidade já que muitos criadores de cães, por ex., usam as cadelas para procriação até exauri-las (embora alguns filhotes encontrem bons donos), neste caso, o negócio é o das minifazendas que colocam esses animais como atrações para crianças que, se tivessem noção do que acontece, jamais superariam o trauma.
O cachimbo torce a boca, a deformação é dos animais mas também é dos que os exploram e se tornam seres sem a mínima empatia por animais ou por humanos, como os psicopatas que só são capazes de sentir quando infligem dor, estes seres, como o Guedes, só se satisfazem servindo ao Capital.

https://www.youtube.com/watch?v=HwxB4JxjfxY

Wednesday, August 21, 2019

NARCISISMO E BOLSONARISMO. A censura às artes.

NARCISISMO E BOLSONARISMO. A censura às artes.



Meu comentário ao vídeo de Ghiraldelli.


Osni Winkelmann
Professor, estou com medo pois a cada descrição que o sr. faz dessas figuras eu me enxergo nelas e cada vez mais. Da interiorização da Resistência (gadoagem) do Karnal e agora do Narcisismo negacionista do Outro do Bostonaro (Jumentalidade), me sinto atingido, como alvo crivado pelas flechas/palavras mas, alívio, o sentido geral da narrativa não me atinge/aflige.

Não visto a carapuça.

Não posso negar meu Egocentrismo ou o Narcisismo mas digo a mim mesmo, como escusa, que esta é a função do Artista, ser o canal para o Zeitgeist.

Tenho esperança de que a capacidade autocrítica, a capacidade de rir de mim mesmo, seja o que me torna diferente destes cavaleiros de triste figura.

Não pretendo ser o Quixote, sou feliz sendo Sancho.

Tuesday, August 20, 2019

A "INTERNACIONAL DA DIREITA"

Pelo que estou entendendo a direita é composta por duas classes sociais diferentes, uma elite burguesa capitalista, rica e dominante que não precisa de um Partido pois já domina os meios de produção, de distribuição e as finanças e uma direita classe média que é uma subespécie de gente pobre, burra, violenta, miliciana, alienada, uma turba de Bostominions, racistas, machistas, xenófobos etc. que são os despoderados que querem e estão propondo o tal Partido de Direita como um braço Político desta subclasse visando o controle do Estado, uma forma de desafiar os capitalistas em pé de igualdade. Nesta narrativa, poder-se-ia dizer que: - o confronto Doria x Bostonaro se caracteriza como um exemplo de luta de classes dentro da própria direita. - explicita que a luta de classes, negada pela direita - a dita Nova Política do ÀCrédito - encontrou outros caminhos, internos à própria direita para se revelar como verdadeira e incontornável. A luta de classes é intrínseca à existência de classes e não pode ser negada.

Pergunta postada em um video de Ghiraldelli.

Comentário que postei no video:

"De onde vem o reacionarismo intelectual de nossos tempos?"

De Paulo Ghiraldelli


Pergunta minha, de Osni Winkelmann.


Professor, a minha questão é a seguinte:

 Durante minha vida "aprendi" ou "me condicionei" a não depender de outros e por isso defendo a importância de desenvolver a solitude, uma autossuficiência emocional e intelectual, um individuamento ou se quiser, um egoísmo dirigido e comum a muitos dos meus/minhas colegas do curso de Artes Plásticas que acabaram velhos solteirões como eu, por motivos variados. Não sei se é um problema geracional, de classe social, da ECA, ou uma exigência profissional do metier. No meu caso, sou filho único, achava que seria minha a responsabilidade de cuidar de meus pais na velhice pois não tinha com quem dividir a carga e acabei evitando outros compromissos que me afastassem deste destino. Cuidei dos meus pais até suas mortes.

Não tenho família, esposa, filhos, nenhuma ligação pois sempre considerei que seriam empecilhos às minhas obrigações e aproveitei este descompromisso, viajei, comi bem, comprei livros, usei o tempo em que meus pais estavam bem e produtivos para me educar e atingir metas que almejava e acabei produzindo uma forma de pensar e viver que o sr. acaba de explicar ser a professada pelo Karnal e que seria reacionária (em determinada leitura/narrativa).

A solitude me afasta das pessoas, os outros e as multidões me desagradam e tenho pouca empatia para com gente burra, preconceituosa, violenta, e outras descortesias que se enquadram na chamada direita. Desconsiderar amigos e parentalha (Parente é Serpente) e cortar laços não é esforço.

O fato de me afastar do mundo me abriu oportunidades, conhecimentos, me faz querer sempre o novo e aceitar o diferente (menos o tacanho)e sonhar Utopias mas, aparentemente, me afastou da humanidade feia, suja e malvada, do mundo dos sentidos e me jogou no mundo das ideias.

Será possível que a leitura que o sr. faz do discurso do Karnal não determine inequivocamente o reacionarismo de quem se identifica, pelo menos em parte, com o que ele diz?

Posso me arvorar como Estoico? Ou seria Cínico?



Se receber resposta postarei.

Monday, August 19, 2019

Redestinando este Blog

Hoje, 19 de agosto de 2019 estou redefinindo meus caminhos no que se refere a este Blog que já existe há tantos anos apenas como um repositório de artigos que refletiam minhas preocupações intelectuais.

O olhinho obsessivo que tudo vê se torna, nesta nova fase um Olho (o terceiro, não, o quarto, aquele escondido entre as bochechas da bunda e que, mesmo internalizado em um idílio|exílio|impulso ou compulsão Freudiano é também um olho que escreve suas preocupações. Esperemos que menos escatologicamente e mais ao par de sua libido que o escrementíssimo jumento Presidencial

Antes do Facebook, e dos memes, nós, mais antigos neste mundo e especialmente neste país de  tristes t(r)ópicos éramos acostumados a postar e responder a textões de milhares de palavras: lembro do Buzz do Google e de grupos de discussão em que exercitávamos nossas capacidades de argumentar contra colocações de pessoas com quem concordávamos em discordar, ou discordávamos em concordar, nem sempre de forma adulta ou|e civilizada mas nunca num nível de mediocridade sequer parecido com o do nosso defecado verbodiarréico e defecante Presidencialíssimo Bostonaro.

Eis-me, então, tentando reencontrar a verve perdida e os truques de deflexão dos argumentos dos proponentes a oponentes menos inteligentes numa batalha campal que, em uma HQ (ainda não terminada) nomeei Def-com Warriors: Defecation-Combatants Warriors.

Obviamente os textos se pretendem políticos no sentido de que tudo hoje é político, até um peido de pensamento do STF de libertar o Lula, principalmente porque são textos de inspiração Filosófica em sua natureza e que recolhi aqui e acolá agora que estou velho, desempregado, feio, sujo e malvado e já não faz muita diferença se a coisa fede ou se o que fede é a coisa.

Não se enganem e nem me permitam enganá-los, não sou Filósofo, se me considero alguma coisa está mais para um Artista Plástico que está tentando pensar fora da caixinha da mediocridade burguesa brasileira em que viveu e, em vez de desenhar, pintar, esculpir, amar, resolveu vomitar sua sopa de palavras no palco da pseudo liturgia literária. Não esperem por pensamentos lúcidos, concatenados ou lógicos pois só fiz Lógica I e não entendi as premissas pois na época estava mais interessado em discordar de meus professores e defender ideias antagordônicas com o risco de ser reprovado na matéria.

Bem vindos, então, ao resto da minha vida que, talvez, seja dedicado a esta espécie de pensar fora da Caixa de Pandora do pensamento neoliberal retardado brasileiro e sonhar sonhos sonhados por sonhadores que sonham diferente, sonham acordados e se propõe a fazer muito barulho arriscando acordar os que babam na fronha do Capitalismo caputalista mundial;

Viva a véia, a veia, a vulva e a vara.