Wednesday, October 08, 2008

Wozniak, entrevista e críticas á Apple

Wozniak prevê 'morte iminente' do iPod e fala sobre futuro da Apple e da indústria - O Globo Online
Publicada em 08/10/2008 às 15h57m
O Globo


RIO - Stephen Wozniak, o descendente de poloneses que fundou a Apple junto com Steve Jobs, deu uma entrevista extremamente franca para o Daily Telegraph sobre o futuro da empresa e da indústria de tecnologia. Entre outras controversas declarações, ele prevê a morte do produto mais popular da Apple, o iPod.

" O iPod já teve uma vida longa para começo de conversa "

- O iPod já teve uma vida longa para começo de conversa. Aparelhos como esse, se você olha para o passado e lembra dos rádios transistores e do Walkman, eles tendem a morrer depois de um tempo. É como se todo mundo tivesse um deles, ou dois ou três. Você chega num ponto em que ele está em todo lugar, pode ser comprado por um preço muito baixo e não vende mais tanto assim - analisa ele.

Wozniak parou de trabalhar na Apple em fevereiro de 1987, doze anos depois de fundá-la. No entanto, ele continua como funcionário da empresa (e recebe por isso) e se relaciona com Steve Jobs, além de possuir ações da companhia.

Na última semana, em meio à crise que afeta a economia global, as ações da Apple despencaram quase 20 pontos percentuais depois que analistas afirmaram que a queda no consumo poderia prejudicar gravemente os lucros da empresa. Qual a opinião de Wozniak sobre o assunto? Para ele, a supervalorização da web 2.0 e das redes sociais pode levar a uma versão menos grave da quebra de empresas pontocom ocorrida entre 2000 e 2002.

- Está na hora de toda a indústria de informática baixar um pouco a bola. Por 20 anos nós estamos nesse mercado de reposição e atualização. É muito fácil postergar isso quando há problemas financeiros - alerta Woz.

" Não é posssível satisfazer completamente os consumidores quando as empresa têm uma atitude muito proprietária e travam seus produtos "

Ele critica também a limitação imposta pela Apple na criação de aplicativos para o iPhone 3G. Qualquer programa criado para o smartphone precisa ser aprovado pela empresa para ficar disponível na App Store. O Google, por outro lado, lançou seu sistema operacional para celulares, o Android, em código aberto e liberou a criação de aplicativos para quaisquer desenvolvedores.

- Não é posssível satisfazer completamente os consumidores quando as empresa têm uma atitude muito proprietária e travam seus produtos. Eu gostaria de poder criar aplicativos mais poderosos do que é permitido - lamenta.

Sobrou até para os apaixonados fãs da Apple, cuja atitude religiosa em relação aos produtos da empresa pode prejudicar o avanço tecnológico, na opinião de Wozniak.

- Eu gostaria que os usuários influenciassem a próxima geração. Numa religião não é permitido contestar nada. Eu quero que nossos consumidores nos desafiem.

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