Monday, January 07, 2008

Vida no Cosmo é Banal


Divulgação Científica





Origem comum




07/01/2008







Agência FAPESP
– Um grupo de astrônomos dos Estados Unidos acaba de descobrir sinais
de moléculas orgânicas altamente complexas no disco de poeira em volta
de uma estrela distante.


Como a estrela HR 4796A, de apenas oito milhões de anos, está nos
estágios finais da formação de planetas, a descoberta sugere que os
blocos básicos da vida podem ser comuns nos sistemas planetários.


Em trabalho publicado no Astrophysical Journal Letters,
John Debes e Alycia Weinberger, do Instituto Carnegie, e Glenn
Schneider, da Universidade do Arizona, descrevem observações feitas por
infravermelho da HR 4796A a partir de um espectrômetro do telescópio
espacial Hubble.


Os cientistas verificaram que o espectro de luz visível e infravermelha
promovido pela poeira da estrela era muito avermelhado, coloração
produzida por grandes moléculas orgânicas chamadas de tolinas. De
acordo com o estudo, o espectro não se assemelha com o de outras
substâncias vermelhas, como óxido de ferro.


As tolinas não se formam naturalmente hoje em dia na Terra, porque o
oxigênio da atmosfera as destruiria rapidamente, mas estima-se que elas
teriam existido há bilhões de anos, nos primórdios do planeta, e que
teriam sido precursoras das biomoléculas que formam os organismos
terrestres.


Tolinas já foram detectadas no Sistema Solar, em cometas e em Titã,
sendo responsáveis pelo tom vermelho da lua de Saturno. O novo estudo é
o primeiro a identificar essas grandes moléculas orgânicas fora do
Sistema Solar.


A HR 4796A encontra-se a 220 anos-luz da Terra na constelação do
Centauro e é visível principalmente a partir do hemisfério Sul
terrestre. O disco de poeira em volta da estrela foi formado a partir
das colisões de pequenos corpos celestes, semelhantes a cometas ou
asteróides do Sistema Solar.


Segundo o estudo agora publicado, esses corpos podem transportar as
moléculas orgânicas para qualquer planeta que esteja no sistema da HR
4796A.

“Astrônomos estão começando a olhar para planetas em torno de
estrelas diferentes do Sol. A HR 4796A tem massa duas vezes maior e é
20 vezes mais luminosa”, disse Debes. “Estudar esse sistema fornece
pistas para que possamos entender as diferentes condições por meio das
quais os planetas se formaram e, talvez, sob as quais a vida pode
evoluir.”


O artigo Complex organic materials in the circumstellar disk of HR 4796A, de John Debes e outros, pode ser lido por assinantes da Astrophysical Journal Letters em www.journals.uchicago.edu/loi/apjl.



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