Tuesday, July 21, 2020

"O que é que há, velhinho?"

Comentário ao vídeo dos Galãs Feios, link no final do texto.

Talvez, nestes tempos bostaneiros, ser uma voz radical de esquerda que quer algo novo, que quer uma democracia participativa em vez de uma em que somos mal representados, que quer que as pessoas estudem e não sejam gados de líderes políticos, mas, sim, cidadãos pensantes e questionadores do sistema seja mesmo coisa de velho "procurando problemas" como disseram em outro comentário.

Pode ser que o Ghiraldelli seja um representante do "mito do idoso sábio", mas eu também sou velho (23 a mais que o Bezzi) e estou cansado dessa esquerda cirandeira, mimizenta, dessa juventude obsolescente programada lacradora e politicamente idiota que já esta velha com vinte e cinco anos. O Ghiraldelli pelo menos tem 63 e eu ainda o considero jovem, pois ainda lamento o meu pai que morreu cedo, com 64.

Espero que o Bezzi, que reclama por ter 45 anos e já se considerar velho (quem o convenceu disso? O Mercado, que o precarizou? Que o considere ultrapassado?), viva mais que o meu pai para ver a bosta que vai ser esse país de liberais que se acham de esquerda só por estarem contra o desgovernante agora, daqui a vinte anos.

Ser oportunisticamente contra o desgovernante não é ser de esquerda, para ser de esquerda tem que ser radical, tem que questionar o sistema, não para contemporizar, mas para derrubar e mudar. É preciso estudar e aprender a pensar, é preciso conversar e comparar e querer mudar. Não há mais espaço para a social-democracia, não basta tornar o sistema suave, liso, ser PSDBosta não é, nem nunca foi, ser de esquerda, é só mais da laia da Tabatata e do Amoeda, da Piolho, do Bagulho e outros que querem se adaptar às novas regras e sobreviver neste Capitalismo Financeiro sem mudar nada.

O jornalismo, e o mundo midiático está sendo tomado por loirinhas de 20 e poucos anos, fabricadas por igrejas caça-vinténs, pseudo intelectuais de fachada, liberais fingindo ser de esquerda, banqueiros que ensinam a "esquerda" a investir no mercado financeiro para se integrarem mais facilmente no liberalismo, YouTubers eternamente juvenis, qualquer um que tenha mais de um milhão de "inscritos" e que compactuem com as empresas donas das redes sociais, mesmo que seja um sem-vergonha burraldo, mas esperto.

A entrevista com o Galo foi interessante, pois as colocações dele ressoam com a minha maneira de ver o mundo, com o que fiz da minha vida, com meus ideais quando era jovem e que continuam até hoje, perto dos 60, com a maneira que o Ghiraldelli nos ensina a pensar, a ter confiança em nós mesmos, na educação que recebemos, na capacidade de pensar criticamente, e mesmo quando fomos de classe média, mas já estamos banguelas, continuarmos sorrindo por debaixo da máscara cirúrgica.

Este é um teste para os Galãs, no caso de eles ou alguém ler.

www.youtube.com/watch?v=gdNCn9cE2Wk

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